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Investimento em manutenção e modernização é a aposta das operadoras de transporte de passageiros sobre trilhos para enfrentar este cenário de recessão.

O setor metroferroviário brasileiro tem sofrido com as consequências da recessão econômica que assola o País. A aposta das operadoras de transporte de passageiros sobre trilhos para enfrentar este cenário é o investimento em manutenção e modernização, tanto de infraestrutura quanto de equipamento. A tendência foi discutida no encontro de negócios entre operadores e a cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços promovido pela ANPTrilhos e a NT Expo, na semana passada em São Paulo. O evento antecipou a rodada de negócios, que ocorrerá na NT Expo – 20ª Negócios nos Trilhos, a ser realizada entre os dias 7 e 9 de novembro, no Expo Center Norte.

De acordo com os representantes das operadoras do transporte metroferroviário nacional — entre elas o Metrô SP, CPTM, ViaQuatro, Supervia e MetrôRio, CCR Metrô e Metrô DF –, existe uma oferta importante de novas oportunidades de negócios orientados para manutenção e modernização do sistema como um todo, o que pode retomar a dinâmica comercial da indústria nacional. “O ganho em eficiência e a qualificação do serviço oferecido são os benefícios resultantes da ação. O crescimento do setor está intrinsecamente ligado a esse aprimoramento”, afirmou o presidente do Conselho da ANPTrilhos, Joubert Fortes Flores. “Todas as operações metroferroviárias dependem de uma cultura de manutenção que as indústrias brasileira e latino-americana são capazes de atender”.

Presente ao evento, o presidente da ViaQuatro e diretor Institucional e de Sustentabilidade da ANPTrilhos, Harald Zwetkoff, salientou que: “existe muita oportunidade de crescimento, de modernização, no que tange a inovação em sistemas de automação operacional, dos sistemas de gestão da informação, interoperabilidade, integração de sistemas de bilhetagem, cibersecurity, ganhos de eficiência operacional e energética com equipamentos mais modernos”, explica.

Fontes de negócios

A Trensurb, responsável pelas linhas de trens urbanos no eixo norte da região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é um dos exemplos de operadoras que já estão trabalhando com foco no investimento em aprimoramento. O objetivo, além do ganho em eficiência na administração, é a diminuição dos gastos com energia. “Estamos modernizando as estações, com geração de energia fotovoltaica e promovendo mudanças no sistema de sinalização e a troca de lubrificantes para evitar degradar o meio ambiente. Todos os investimentos estão orientados à manutenção e aprimoramento dos sistemas operacionais vigentes para ganhar eficiência”, explica o diretor da ANPTrilhos e assessor da presidência da Trensurb, José Claudio Sicco.

Em São Paulo não é diferente, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) está com licitação aberta para manutenção de trens e de via. Segundo o diretor-presidente da operadora, Paulo Magalhães Bento Gonçalves, a licitação de manutenção de via deve ocorrer em março de 2018.

Outra operadora que pretende investir em modernização é a SuperVia, responsável pelas linhas de trens urbanos da região metropolitana do Rio de Janeiro. O diretor operacional, João Gouveia Ferrão Neto, explica que a recessão afetou o equilíbrio da operadora, o que ocasionou a retração nos projetos de renovação da frota e de infraestrutura e modernização das subestações e sinalização. No entanto, “equacionando a questão da recuperação da demanda, os projetos de investimento de manutenção e modernização serão retomados”.

Com uma das maiores malhas metroferroviárias do País, o Estado de São Paulo, apesar da recessão econômica, possui um panorama positivo, dadas as previsões de investimento e entregas de obras. Os empreendimentos em andamento das linhas do Metrô somam mais de 35 bilhões em aportes. O resultado, segundo o diretor de planejamento da ANPTrilhos e chefe do núcleo de cooperação técnica do Metrô de São Paulo, Conrado Grava de Souza, são “oportunidades para a cadeia de prestadores de serviços e equipamento de sistemas de energia e obras complementares de viadutos e de conclusão de linha, com licitações que devem acontecer ainda este ano”.

(Fonte: Painel Logístico)