Terminou na sexta-feira (03) o prazo aberto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para receber as propostas da sociedade sobre a nova versão da tabela com valores mínimos do frete rodoviário. Setores da agroindústria, entretanto, seguem com sua campanha contra essa tabela, conforme reportagem publicada pelo Estadão.
Radicalmente contra o tabelamento, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) não deve apresentar nenhuma proposta à agência. “Há represamento e produtos que já deveriam ter sido despachados ainda estão armazenados”, disse a assessora técnica em logística, Elisângela Lopes.
Também contrária à tabela do frete, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) prepara um documento detalhado para ser encaminhado à ANTT. “Vamos reforçar que o tabelamento não interessa à indústria de soja”, informou o presidente da associação, André Nassar.
Se o governo mantiver a opção de fixar os preços, a indústria pede cautela para que ele não atrapalhe a competição. A entidade defende que os preços mínimos devem ser calculados com base nos itens efetivamente desembolsados na prestação do serviço. E que, em vez de ser organizada em quilômetros por eixo, a tabela deve ser fixada com base no custo por tonelada, que é a referência usual no mercado.
“Não é só que a tabela é ruim para a economia e inconstitucional; ela é inaplicável”, afirmou o gerente de Relacionamento com o Poder Executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pablo Cesário. Esse é o teor do documento enviado pela entidade à ANTT.
Tal como a Abiove, a CNI vai defender que, se for instituído, o preço mínimo deve deixar de fora itens como custo de capital e depreciação do caminhão, que não são diretamente atrelados ao serviço. “Tem de ser o mínimo mesmo, do contrário é uma tabela de preços”, explicou.
(Fonte: Frota & Cia)