O transporte rodoviário de cargas vem contribuindo para continuar sendo o modal responsável pela movimentação de mercadorias e, consequentemente, da economia do país. Neste ano, no primeiro semestre, o setor cresceu cerca de 38% em seu volume de carga transportada em rodovias, em comparação ao mesmo período de 2021, segundo os dados da 8ª edição do relatório Fretebras.
Os dados do balanço também apresentam registros do movimento de R$ 49 bilhões, contribuindo na elevação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,1% em comparação ao mesmo momento do ano anterior. Dentre os números, um dos transportes que demonstraram forte crescimento foi o de máquinas-equipamentos, que correspondeu a 10,9% da distribuição pela malha brasileira.
Para Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, empresa com carro-chefe no transporte de máquinas, caminhões e ônibus pela América do Sul, a situação é animadora. “Nosso negócio está diretamente ligado à indústria automobilística de caminhões e de máquinas de construção civil e agrícolas. O crescimento em ambos os setores impulsionou nossa receita e, consequentemente, os investimentos em nossos equipamentos e caminhões, concomitante a capacitação de nossos funcionários”, conta.
Segundo a Associação das Montadoras (Anfavea), a produção de veículos leves e pesados em setembro registrou alta de 19,3%. Em contraponto, apesar de a indústria automotiva estar em crescimento durante o ano, a falta de semicondutores, peças responsáveis pela condução das correntes elétricas e indispensáveis para a montagem de automóveis e eletrônicos, vem causando impacto na mão de obra dos caminhões.
“Essa falta afeta diretamente o ritmo da produção e ainda trouxe algumas consequências para o desempenho logístico da nossa empresa. A tendência é que o volume de vendas de caminhões seja muito parecido a 2021, mas nossa expectativa de crescimento é de 30% aproximadamente, o que consideramos ótimo”, relata o executivo sobre a importância de encontrar soluções e estratégias para suprir a ausência desses componentes.
A promessa do Euro 6 para o segmento
Atualmente, observa-se que o transporte rodoviário de cargas vem se movimentando para suprir as demandas do dia a dia e que está comprometido a tornar seus processos ainda mais modernos e sustentáveis. A chegada do Euro 6 em 2023 trará uma dinâmica diferente aos bastidores do segmento, pois se trata de uma tecnologia inovadora para um setor que historicamente possui altas emissões em seus movimentos nas operações de transporte.
Sobretudo, o presidente da ABC descreve o próximo ano como desafiador e incerto: “Não sabemos ao certo como serão os rumos da economia para o próximo governo, as concessões de créditos, a adaptabilidade e a aceitação dos novos caminhões Euro 6. Minha leitura é um crescimento de 10%, com o primeiro trimestre mais lento e com recuperação nos meses subsequentes”, pondera Guedes.
Considerando todos os fatores, a ABC Cargas visualiza seus modelos de trabalhos em planejamentos a médio e longo prazo. Com isso, a tendência é continuar investindo em seus caminhões e implementos rodoviários. “Este ano investimos aproximadamente de R$ 15 milhões em caminhões e em carretas para atender a alta demanda dos nossos clientes. Projetamos algo similar para 2023, até porque temos novos mercados e parceiros em nosso pipeline de vendas”, finaliza.
Fonte: Portal NTC