A ABCOMM apresentou recentemente os resultados de sua pesquisa sobre a logística no e-commerce brasileiro no último ano. Entre os dados, um dos destaques está na alta porcentagem do frete (custo com transporte) no valor total gasto em logística sendo, em média, responsável por 58,1% dos custos logísticos do setor. Além disso, o fim do serviço de e-Sedex aliado a problemas com violência e alta dos combustíveis foram responsáveis pelo aumento do valor de frete, sendo repassado para o consumidor.
O fim do serviço de e-Sedex trouxe grande mudança para o e-commerce. Sem o serviço, que oferecia valores diferenciados o setor, houve um aumento na utilização de empresas privadas. Ao utilizar empresas privadas de transporte, o e-commerce tem a disposição uma entrega normalmente mais segura e constante, com menor risco de paralisação de funcionários ou extravio de mercadoria. Porém o custo final costuma ser acima do valor cobrado pelos Correios. Para manter seu produto com preço competitivo, muitas lojas virtuais subsidiam parte do custo de frete, buscando manter o valor final atrativo para o consumidor.
Outra opção utilizada pelo e-commerce para oferecer um valor competitivo é a opção de retirada em um local físico, eliminando o custo de frete para o consumidor. Um exemplo é a loja virtual OfficeTotalShop, do Rio de Janeiro, que permite ao consumidor retirar o produto em seu escritório, localizado no centro da cidade.
“A retirada no escritório acaba sendo uma boa opção para o cliente, mesmo sem a comodidade de receber no seu endereço. Ele reduz o valor e o prazo de entrega. Também o atual momento da cidade faz com que o risco de extravio do produto seja alto, com lojas chegando a recusar entregar em alguns bairros. A retirada acaba sendo a opção mais segura para a loja e para o cliente”, explica Anderson Martins, da OfficeTotalShop.
A pesquisa aponta que a estrutura logística brasileira ainda tem muito que melhorar para comportar o constante aumento na demanda de entregas para o e-commerce. Problemas com a malha rodoviária, além dos gastos com combustível e segurança privada fazem com que o aumento no custo de frete não reflita em aumento na qualidade do serviço, prejudicando a competitividade de todo o setor frente às lojas físicas.
(Fonte: Exame)