Encontrar a solução para um problema é a grande missão de empreendedores. Seja no setor de saúde, educação, mobilidade urbana ou segurança, quando as novas ideias e as ferramentas de solução passam por tecnologia e inovação, em um modelo de negócio com baixo custo e alta potencialidade de crescimento, o desafio é conduzido pelas empresas chamadas startups.
Em todo o Brasil, estima-se que existam cerca de 62 mil empreendedores e 6 mil startups. O número é mais do que o dobro registrado há seis anos, quando o país ainda começava a discutir o modelo e a perceber o nascimento do novo mercado. Em 2012, haviam 2.519 startups cadastradas na Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Em 2017, o número saltou para 5.147.
Segundo a associação, o número de empresas hoje pode ser ainda maior, por volta de 10 a 15 mil, mas muitas ainda estão na fase de ideias e nem todas tem o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
“A gente percebe que teve um amadurecimento muito grande do setor. Quando a gente pega 2012, ainda nem havia no Brasil de forma adequada a constituição de aceleradoras, empresas, conceitos de incubadoras. O tema subiu de nível. Esse número vai crescer muito mais em diversos segmentos”, acredita Rafael Moreira, secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Em 2018, o Brasil ganhou seus primeiros unicórnios, termo dado às startups que passam a valer mais de US$ 1 bilhão. O feito foi alcançado inicialmente pelo aplicativo de transporte 99 e pela Nubank, startup que gerencia serviços financeiros, avaliada em mais de U$ 2 bilhões .
“Em geral, o ecossistema de startups vem passando por um amadurecimento muito interessante. Os números estão provando isso, a gente vem num crescente de quase 20% no número de startups ano a ano, crescendo bastante em meio a crise que a gente sabe que o país enfrentou. Acho que isso reflete o amadurecimento do empreendedor também, que entendeu como é o processo de funcionamento de startup”, avalia Rafael Ribeiro, diretor-executivo da ABStartups.
O que é uma startup
O empreendimento se caracteriza pela inovação do serviço produzido, geralmente de base tecnológica, desenvolvido a custos menores e processos mais ágeis. O termo também é sinônimo de pequenas empresas que estão no período inicial de desenvolvimento em condições de alto risco e incerteza.
As startups tanto podem oferecer serviços e produtos diretamente para o consumidor, quanto para outras startups. Quando alcançam maturidade, elas se sobressaem na oferta de serviços para grandes empresas que terceirizam as atividades relacionadas a inovação, pesquisa e desenvolvimento.
“É muito fácil hoje você contratar uma startup que tem um negócio pronto e consolidado para te atender do que necessariamente desenvolver dentro da sua própria empresa”, ressalta Rafael Ribeiro.
Segundo ele, há cada cada vez mais interesse do setor corporativo pelas startups. “Cada vez mais há a compreensão de que, quanto mais uma grande empresa está perto dos ecossistemas de inovação, mais ela percebe quais são as inovações que estão surgindo e podem afetar seu modelo de negócio, quais startups ela pode trazer para a sua cadeia de valor e quais ela pode investir e se tornar”, apontou Vinícius Lages, diretor de Administração e Finanças do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae).
Geralmente, as startups atuam em rede e funcionam melhor em ambientes que oferecem condições de desenvolvimento de uma cultura de inovação e empreendedorismo.
“Startups são portadoras de inovação tecnológica, que geram empregos qualificados, que tem um efeito multiplicador na economia e geram um incremento de eficiência. Então, se eu tenho uma empresa que tem uma solução inovadora, a própria adoção dessa solução faz a sociedade funcionar melhor”, efende Felipe Matos, um dos empreendedores pioneiros de startup no Brasil e integrante do movimento Dínamo pela articulação de políticas públicas para o setor.
(Fonte: Agência Brasil)