O mercado brasileiro de caminhões encerrou o ano de 2021 ostentando uma forte recuperação, ao acusar o crescimento de nada menos que 42,82% no volume de licenciamentos, segundo a Fenabrave, que reúne os distribuidores de veículos. Foram emplacadas exatas 127.357 unidades no período, ante 89.173 contabilizadas em 2020.
Segundo o novo presidente eleito da entidade para o triênio 2022-2024, José Maurício Andreta Júnior, o resultado é reflexo da demanda reprimida que marcou o primeiro ano da pandemia, em função da falta de componentes para montagem dos veículos, especialmente semicondutores. Sem contar o forte incremento do agronegócio, bem como do e-commerce, que contribuíram para o aumento do volume de pedidos de caminhões juntos às fábricas de veículos. “ Para completar, há muitas unidades comercializadas no ano passado, que ainda devem ser entregues nos próximos meses de 2022”, afirma Andreta.
Situação bem diferente marcou o segmento de chassis de ônibus, que acusou uma baixa de 2,49% no volume de licenciamentos, como resultado do emplacamento de 17.766 unidades no ano passado, frente às 18.219 licenciadas em 2020. “Aos poucos, o segmento vai recuperando o mercado perdido durante a pandemia, como provam os dois últimos meses de 2021, quando o setor acusou altas acima de dois dígitos”, explica o presidente da Fenabrave, confiante no incremento das vendas em consequência do programa Caminho da Escola, cuja licitação já encerrada projeta a entrega de 7.000 ônibus ainda esse ano.
Outro segmento de destaque no mercado de veículos comerciais foi dos implementos rodoviários. Nas contas da Fenabrave, com base nos números do Renavam, o setor fechou 2021 com um total de 90.398 unidades emplacadas, alta de 34% em comparação às 67.392 unidades licenciadas no ano retrasado. O resultado no ano foi o melhor de toda a história do setor. José Maurício Andreta Júnior lembra que, antes disso, o melhor ano da indústria de implementos foi em 2013, quando foram emplacadas cerca de 70 mil unidades.
Liderança retomada
Outra novidade do ano foi a reconquista da liderança do mercado brasileiro de caminhões pela Volkswagen Caminhões e Ônibus, quatro anos depois de perder o posto para a Mercedes-Benz. A montadora com fábrica em Resende (RJ) somou 37.460 unidades emplacadas em 2021, ou 302 caminhões a mais em relação às 37.158 unidades da rival, que garantiram à empresa 29,41% de participação nesse mercado. A perda de posição da marca da estrela de três pontas reflete, também, a decisão da matriz de separar as operações de caminhões dos utilitários representados pela linha Sprinter, que somavam preciosos pontos no volume de licenciamentos.
Em terceiro lugar no ranking de caminhões aparece a Volvo (21.820 unidades e 17,13% de mkt share), seguida da Scania (15.595/12,25%), Iveco (8.623/6,77%), DAF (5.600/4,40%), Hyundai (489/0,38%) e JAC (281/0,22%)
Os números completos do ano, bem como as marcas e modelos caminhões, ônibus e utilitários que conquistaram a preferência dos compradores brasileiros e o cobiçado Prêmio Lótus 2022 serão revelados em detalhes no portal de Frota&Cia no próximo dia 20 de janeiro. E, ainda, na edição digital da publicação, com circulação prevista a partir de 7 de fevereiro.
Fonte: Frota&Cia