Se o orçamento do Governo Federal para infraestrutura em transportes fosse executado somente para ações emergenciais, cobriria no máximo 27% do necessário
O investimento em infraestrutura para transportes do governo federal sofreu nova queda. Em 2021, o valor era de R$ 8,69 bilhões e foi para R$ 8,58 bilhões em 2022. O novo investimento representa apenas 20% dos R$ 42,90 bilhões autorizados pela União em 2012, ano com a maior cifra em duas décadas. A análise foi realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta segunda (14) no Radar CNT sobre o orçamento federal.
Avaliando o investimento como percentual do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2001 e 2020, o patamar é baixo mesmo levando em consideração o pico de 0,52% em 2012. Esse percentual é inferior ao da década de 1970, quando o recurso federal para o transporte era próximo a 2% do PIB. De 2015 a 2020, essa proporção tem se mantido menor que a média de 0,30%, tendo chegado a 0,13% em 2020.
Segundo o Radar CNT, na prática, se o orçamento deste ano fosse executado somente para ações emergenciais nas rodovias federais sob gestão pública, isso cobriria, no máximo, cerca de 27% do capital necessário para restauração e construção da malha rodoviária.
“Apesar de o governo ter promovido concessões e permissões nos últimos anos, o país está diante de uma defasagem de investimento que exige uma revisão do papel do Estado como protagonista no direcionamento de recursos para o setor”, declara a CNT em nota.
Fonte: Frota e Cia.